segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Não há romantismo em Marte


Vivo num planeta em forma de olho
Mesmo à noite, as pálpebras nunca cerram
E a visão nunca é formada de dentro pra fora
Os círculos de imagem são viciados
Pupila sempre dilatando para os fenômenos de fora
Asteroides e estrelas sempre mais apelativos
Ininterrupta dança química!

Estas explosões e aderências são artificiais?
Sou eu artificial?
Tão efêmeros e inconstantes como tais fenômenos
É a natureza volátil de onde piso...
Como realizar-me Terra em ti , ígneo Marte?

A brasa, a lava, alarga... vazios, queima sonhos...
Do teu vermelho o meu passou longe...
Ser estrela no sistema errado
Montar de Vênus um cavalo alado
E fugir desta espiral!
Faísca de poeira será meu rastro
Via Láctea, tchau tchau! 

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Juliana Ponciri, 25-10-2016.

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