sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Giro

A Terra vai girando sob meus pés
Sobre minha cabeça
Dentro de mim
Dentro de Deus
A Terra
Eu.

Dentro do corpo do mundo
Dentro do corpo de Deus
No ventre de tudo que respira
Centelha ínfima
Pedindo vez.

Onde estão teus olhos que não vê?
Onde estão teus ouvidos que não escutam?
Por que tuas mãos se cegaram para o braile do belo?

E a dança segue frenética e entorpecida...

Me nausea o mundo que muitos escolhem.
Como respeitar a escolha do outro em destruir-se?
Aniquilo-me.

És nada, Juliana, ficai com teus nadas.
Deixai que a verborragia do mundo se entenda.
Teu silêncio não pode fazer revolução.
Sereniza teu coração e recolha-te.

Paz. Brisa. Centelha. Vacuidade.

Transito.
Transitamos.



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