domingo, 18 de julho de 2010

Desforme (kafkando)

Aaaahhh este teu olhar!
Sugando minh'alma tenazmente para dentro do teu lugar...

Teu corpo-lugar tão seu e...meu.
Estando em ti, nada me sobra, nada me sombra
Acima de mim uma luz
Giro em volta a mim e nada se marca no chão...
Diluída. Dilatada. Evaporada.

Se te saio, me saio também.
Instaurado estranhamento!
Des-posse, medo...

Teu abraço, laço seguro.
Momento em que se confirma o é da coisa que apenas é.

Teu elo, corrente que ata meus abismos.

Já vais?
E a corrente?

Foste.
Sentidos dessentidos, desnorteados...

Me jogaram inseticida?
Barata em geografia enlouquecida sou.

Campo descampado
Mapa fervil destampado
Vazando o calor da fervura de meus poros eriçados...

Alma vazando...
des-gelo...
E eu indo...

Meu olhar segue acompanhando-te 
Enquanto gotejo es-vaziando-nos
ping. ping. ping...

Esvou-me... lentamente...
Sólida a líquida...
Gasosa.
Secando, minguando, irrizando... 
Ex-perando.

Juliana Ponciri, 18/07/2010 

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