segunda-feira, 2 de abril de 2012

Unidade

Vontade de evolução presa n'alma...
Por que fiquei presa a este tempo Senhor?
Por que todos vão e eu fico?
E porque ouço o som da paz de quem lá está?

Me tira deste ENTRE pr'eu respirar, please.
Quero entrar, entrAR, entrAR! Trans-ceder de tudo, de todos, de mim!

Mil torturas para enfrentar
lutar com a natureza que me limita
L'imitar os impulsos aos quais pertenço
E des-pertencer o que que sou e para quê vim...

Vendaval de mins em lençóis
Uiva tudo quanto não cabe aqui
Calar a voz deste vento que murmura de e para mim
Tudo que é de Ti me seduz
Então não habite o que não posso possuir pois!

Por que coños me puseste n'alma esta humanidade hã?
Por que tenho desejos de posse?
Não me criaste pois para ser livre e livre fazer?
Se minha vocação é a liberdade
Por que me puseste nas veias o desejo de ter?
Por que quero penetrar, consumir, deleitar, outroser?
Por que quero tocar, transpassar, mesclar, fundir?

Eu estou verdadeiramente CANSADA de desexistir!
Desisto de tudo quanto me incitas para parar na primeira estação!
Meu além-mar quer trans-bordAR!
Respirar, respirar, respirar!

Libera-me os cárceres pois!
Livrai-me das correntes e ata-duras desta esfera de vida
Dê-me o bilhete que dá direito a viajar nos ombros dos pássaros
E alçar os horizontes que me fazes ver
Aos quais de saudades me tenho consumido

Dá-me direito ao leito, ao peito, à paz de espírito
Confronta-me de confortos e confiança
Re-nutra pois minh'esperança
Co-exista chama de meu existir

Te sejas em mim radicalmente
E não te sejas em nada que me barras
Ou quebrarei todas as vidraças
para alcançar teus braços

Sou criança rebelde e mimada que só acalma em teu colo
Movo montanhas, quebro açoites, cruzo riachos e córregos
Eu até parto laços, perco-me e pereço em passos
Desmembro órgãos e músculos de ti-mins

Não me importa o que eu faça e que fica
Se no final da estrada terei teu regaço
Deixo aqui sangue, suor e vida
Pois só em ti, Amor, renasço.

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