terça-feira, 15 de novembro de 2011

Pedra Respirante

Solidez nada tem a ver com solidão.
Sólido é aquilo que se deixa balançar.
A ponte só não cai porque vai na dança da água.

Decidi que quero ser pedra respirante.
Ando com os sentidos pouco porosos...
E isso faz machucar,
Pois tudo que é demasiado duro é pouco adaptável.
A mesma pedra que quebra a vidraça, pode ser quebrada.

A água finge que assume a forma da pedra
E enquanto isso a vai moldando, esculpindo sua arte.
Da água se aprende que ser líquido e flexível é ser mais sábio.

O ar entra no pulmão das pedras respirantes
Tornando-as mutáveis e cambiantes, camaleantes,
Portanto, fortes.
Uma pedra sem ar nada pode.

Pedra é terra condensada
E da terra nasce o fruto
A pedra guarda o mundo!

No útero da pedra habita o calor:
Próton vivo aurado de elétrons dinâmicos, revolucionários
De todas as cores e formas, brincantes!
Esperando o abraço da graça.

Neutralizada estou nesta esfera espera
Des-una de tudo, do todo
Dispersa no vácuo das sensações-oco
Poeira estrelar que se apagou
Cisco de não-ser... Quase dor.

Quero reunir as partículas de minh'identidade
Bem ou mal, me pertencem
Ser unidade pulsante
YinYanguizar-me.

Quero enfrentar este caos sem covardia
Botar o peito à luta
E do suor (e/ou da lágrima) da batalha,
Quizás do buraco do esteróide, nasça a semente do cosmo
Flor delicada de poderosos e mágicos dedos.

Quero tecer arte!
Organizar e orgâniquizar estes fios
Óh Moiras, ajudai-me!
Sou ar preso dentro destes emaranhados
Perdi a eletricidade!

Sozinha eu não sei me des-atar
Ato que isolado fica, isolaço não se ata denovo
Preciso sair destes nós para construir novos laços
Me transfira para dentro de uma sutil pedra, óh sábias Moiras!
Fortalecei minha natureza oxigênica!

Amém.

Um comentário: