quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ser Tua (meu salmo)

Vigia minha boca Senhor
Sede como sentinela à porta do Palácio.

Meu corpo é Teu reino
E meu ser, templo onde Te vivificas.

Meu pulso proclama a cada batimento Tua grandeza.

Meu sangue diz, correndo e dançando dentro das veias
o quanto És soberano.

Meu cérebro e todos os meus sentidos despertos
assinalam e reconhecem o Teu imenso poder óh Meu ressuscitado!

Tu, suprema vida vivendo em mim
Meu semelhante, habitante desta imagem-argila
coisa que nunca termina
que nunca adquire forma definida
Molda-te-me sempre, óh Presença Artista.

E, ainda que os percalços da vida me imobilize e me seque
Que o Teu Fogo me queime
Que eu ouça o ranger do concreto acordando
Insuflado pela vida quente que emana de Ti

Tu, meu Fogo-Vivo
Meu Pai, meu Filho, meu Espírito
Minha família, meu Três, meu lar
Abrigo que cuido e que me cuidas
pra onde posso sempre voltar

Dinâmica casa que evolui sem cessar
Onde não há mapas, plantas e arquiteturas rígidas
Flexibilidade que se expande gasosa

Sejai meu oxigênio, meu Ar
Quando eu, Tua centelha ínfima, minguar

Fazei-me nova, cheia, crescente

Esposa-me, meu Sol
Sem a Tua luz sequer existo

Sou teu reflexo, lembra?
Aqui por Teu calor viemos habitar

Somos constelação Tua
Por Ti e em Ti, eu e meus irmãos nos pomos sempre em rotação
E mais, em translação

Dignifica-nos pois, confere-nos identidade!
Nosso Infinito, Trindade Astral.

Para ti e por Ti brilhamos
Os homens usam confete, gliter, purpirina no carnaval
Mas Tu, óh Alegria primordial, És nossa eterna festa

De ti brotam nossas mais sinceros sorrisos
Nós, estrelinhas irrisórias
Notas sem canção

Só Tu pode conferir-nos sentido
e à toda criação.

És meu criador:
Sou tua, és meu
De Ti venho, em Ti vivo, para Ti voltarei
No Dia do Infinito
Onde mortal não mais serei.

Te louvo em Verdade.
Em ti, que estás/és em mim


Repousa suave (e radical) em Ti
a minha fidelidade.

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