Eu te quis no meu tempo.
Nunca me encaixei no tempo das coisas
Sempre no espaço entre:
Tentando ser, alcançar uma coisa ou outra...
Mas te senti MEU.
Como um resgate do tempo que perdi.
E já veio assim todo pronto
Gostando de tudo quanto me afeta
Vibrando a mesma sutileza e ternura
Das notas d'um violoncelo.
E meu coração quase morto
Absorto
Revivido
Saiu de mim
Se materializou volátil
Neste campo magnético
Que de tão táctil
fez-se tato
E saiu de mim
Me abandonou para ser mão
E te encontrar
Te tocar
Com a mais radical, intensa e gentil delicadeza dos anjos
Pétala que suavemente desliza e se entrega ao beija-flor
Vento sublime
Perfumes
Poesia riscando o espaço
O laço
Se formando
Desenho de Deus...
Sim, eu te vi meu.
E repentinamente acordei sem este sol
Era noite e frio me doía ossos e medos
Tímida, ainda solfejei qualquer apelo:
Só o VÁCUO a me responder com o eco de seu hálito frio.
Envergonhada, ensimesmei-me de novo
E hesitante, lentamente fui voltando ao lugar inóspito
Mudo, surdo, cego, insosso e vago
De onde eu não deveria ter saído
E para onde os sonhos nunca miraram.
Juliana Ponciri. Brasília - Brasil, 23/12/2014.
E saiu de mim
Me abandonou para ser mão
E te encontrar
Te tocar
Com a mais radical, intensa e gentil delicadeza dos anjos
Pétala que suavemente desliza e se entrega ao beija-flor
Vento sublime
Perfumes
Poesia riscando o espaço
O laço
Se formando
Desenho de Deus...
Sim, eu te vi meu.
E repentinamente acordei sem este sol
Era noite e frio me doía ossos e medos
Tímida, ainda solfejei qualquer apelo:
Só o VÁCUO a me responder com o eco de seu hálito frio.
Envergonhada, ensimesmei-me de novo
E hesitante, lentamente fui voltando ao lugar inóspito
Mudo, surdo, cego, insosso e vago
De onde eu não deveria ter saído
E para onde os sonhos nunca miraram.
Juliana Ponciri. Brasília - Brasil, 23/12/2014.
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