quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

VersAção

Como é difícil a construção do verso!
Apesar de atrevido, ele é arisco
Como aquele bicho que veneramos por sua roupagem
Aí catamos os melhores ângulos dele
Seja no olhar ou na foto
Para tentar torná-lo eterno...

Ahhh o verso! ele foge da gente
E ainda ousa fazer cara de menino marrento em desafeto (rs)
Mas no fundo é só charme
Ele gosta de ser dengado, paparicado, mimado...
Faz parte de seu show...

O verso tem uma carência narcisista
Arredia, mas bondosa...
Ele tem coração mole
A gente faz-lhe um cafunézinho, algumas juras de amor e ele vem de mansinho
Lançando em nossa direção aquele olhar ingênuo e descuidado
O olhar meigo dos perdidos encontrados.

Como um beijo pairando no ar em desatino
- O verso é este desigual dado -
E para entender de verso é preciso mensurá-lo
Chamar-lhe baixinho ao coração
Como um mantra entoado no ventre

Daí então o verso vem como o vento
- É próprio de sua natureza este estado de ar -
Ele que vai se esmilinguindo em nossos tempos
Irrisando-se clama-nos rarefeito

O verso quer tempo! Um tempo-verso:
Um tempo só dele onde ele se expanda
Onde ele, disforme, se re-forme e se transforme em mil tons
Onde ele possa compor sua música em corpos e mentes

Ahhh o verso carece de amor... um amor-vento
Que lhe dedique horas da mais terna atenção
Que lhe oferte gestos nobres de gratidão
Que se lhe entregue a completa e complexa desasperação:
Cansada, ofegante, relutante...

O verso tem sempre o colo e os braços abertos:
É completude, é impulso mútuo, é ímação (e hermanação)...
Dá colo e carinho pro verso
Que eu lhe asseguro, ele não te abandona não.

Ju Ponciri, 27/01/2010.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Anymore

Alone, I still wait
into the light of this dark
into the music of this silence...

You're so far away from me
and I dont believe in nothing, anymore.

I lost my time, my hope, my peace, my faith
in the human, in the love
and I feel that I never will can find it anymore.

I miss you like I miss myself...
you gave me some care and my doubts go away...

Ohhhh your magic embrace making me strong
and I could dream breathing the paradise...
And I know, right now, all that can save me live in your arms
So, Why dont you hold me for the last time?!
I realy realy need feel anything beyond the human...

And I need your taste in my mouth to get eat my daily bread
And I muuuuuust your frangrance in my nose, in my skin, in my lung to can breath the life that remain in me
Until my hands always freezing was ignited tingling and asking the yours...
How explain to them that they never more will can touch you?

I'm here screaming through my cells your name
Perhaps looking for the mercy of the destiny to my tired days
Some gift of God...
Your heat, maybe.
Is YOU my sun that I need to photosynthesis my dreams
My spirit needs fly in your wings
I close my eyes and your shine eyes is my prayer
I can see them saying me: "Lua!"
And I never will forget this feeling anymore.

Juliana Ponciri, 19-01-2011, acho. Em mais uma capicua: 06:06

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Das vacilâncias do Espírito

"Repousa, espírito confuso! Nosso tempo está desnorteado.
Maldita a sina que me fez nascer um dia pra consertá-lo!" (Hamlet)



Ah tuas dores! Não sei lhe dar com esta vastidão de não-eu
ela se instaura nos âmbitos mais ínfimos do meu ser
e vai acumulando vontades, segredos, paisagens não vividas.

Diz-se que o sonhar causa estes danos
Mas como posso eu respirar sem sonho?
Como posso acordar sem sol?

Ai valente signo de ar cansado das labutas da vida...
Ergue pois esta cabeça e começa denovo
Teu novo ano, teu novo tempo, teu novo lugar.

Fazem chacota do que ofereces de melhor...
Não. Eles não sabem bravíssimo ar
Das possibilidades que só a ti o mundo conferiu.

Acalma-te espírito de amor
Tudo foi mentira: criação de tua carência criativa.
Você não reencontrou abrigo, e sim criou teu próprio cativeiro.

Foste tu vítima da sandisse desgovernada dos dias
Da loucura de desesperar na esperança
Que afeta até os mais brilhantes cérebros.

Não te rendas assim tão fácil
Repara na sabedoria que os anos lhe deram
Ouça ao longe o canto dos pássaros.

Não te entregues às fraquezas de uma natureza viciosa
Se lágrimas vieram, convide-as para lhe banhar
Precisas sim lavar-te das ilusões as quais te apegaste.

Sereniza tua mente, bravo ar
Abranda teu passo, tua vida, teu desejo de todo dia
Trabalha e caminha, você ainda se achará.

Juliana Ponciri, 17 de janeiro de 2011.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Página

nudo en la garganta
recuerdos del ayer
corazón de tempestad
latidos locos tras la fe
esperanza de futuro
voz de marioneta...

tic tac, tic tac universal...
el silencio de mis nadas.